23/04/2024
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Velha Guarda Show

Velha Guarda Show

Primeira formação em 1970

Monarco, um dos geniais compositores portelenses, nos diz em um dos seus belos sambas: “Portela, eu às vezes meditando, quase acabo até chorando. Teus livros têm tantas páginas belas, que se eu for falar da Portela, hoje não vou terminar”.

A História da azul-e-branco de Oswaldo Cruz e Madureira foi escrita ano após ano pela gente simples desses subúrbios. São os pioneiros na criação desta “árvore frondosa do samba”, que lhes rendeu muitas alegrias.

Estes homens e mulheres merecem um local de destaque, onde a sabedoria e a história de que são portadores sejam respeitadas. Este local é a Velha Guarda da Escola. O local ou grupo em que os antigos sambistas, que desempenharam as mais variadas funções dentro da escola, reúnem-se para reviver a memória e cantar seus sambas de terreiro e de enredo. É uma espécie de reserva sonora, onde se mantêm vivas algumas características quase em extinção do samba carioca.

Qualquer um pode participar da Velha Guarda? Não. Tem que ter história dentro da escola, não basta apenas ser admirador. Na Velha Guarda estão as verdadeiras sementes da história da escola.

O samba que a Velha Guarda canta é um “Samba de gente nobre”.

Eles são a memória do samba.

 

“Portela, passado de glória”

A organização das Velhas Guardas dentro das escolas de samba é bastante antiga. Mas é a Portela que dá o pontapé inicial na criação da primeira Velha Guarda Show.

Na década de 70, Paulinho da Viola, membro da ala de compositores da Portela, estava interessado em registrar o trabalho de grandes nomes do samba portelense, verdadeiros baluartes da escola azul e branca. Surgiu então a idéia de gravar um disco, e ele foi a campo para levantar composições e falar com os sambistas históricos. Quando o trabalho ficou pronto, ganhou o nome de “Portela, passado de glória”, de autoria da Velha Guarda da escola.

Assim, pelas mãos de Paulinho da Viola surgia a Velha Guarda da Portela. Em sua formação inicial, o grupo contava com a participação de Alberto Lonato, Alvaiade, Chico Santana, Manacéa e Ventura.

Depois desse disco vieram mais dois: “Velha Guarda da Portela” e “Homenagem a Paulo da Portela”, em 1989 e 1990, respectivamente. Ambos os discos foram produzidos por Katsonuri Tanaka, um japonês apaixonado por música brasileira. Encontrá-los aqui era quase impossível, pois foram produzidos para o mercado japonês.

Pesquisa e criação de texto: Geraldino

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