Livro: Zé Ketti e suas andanças por aí
Zé Ketti
E suas andanças por aí
Onésio Meirelles
Editora
2018
Zé Ketti era como um bichinho carpinteiro, embora quietinho, ao ingressar no mundo do samba passou a circular em quase todos os recintos onde houvesse samba no Rio de Janeiro.
Andou pelo Café Nice, pelos morros e favelas, fez amizade com artistas da zona sul, numa época em que eles eram considerados da elite e o sambista considerado o malandro do morro e, por isso, não se misturavam.
Já na década de 50 o compositor portelense não se fixava lá em seus redutos, causando com isso um certo desconforto com os compositores da casa, que achavam que ele deveria ficar só na Portela.
Não… ele quis sair por aí, abrindo portas para si e para outros sambistas e assim o fez.
Também na década de 50, gravou com Linda Batista, “Amor passageiro”, maior sucesso do carnaval de 1952. Em 1954 deu o primeiro sucesso ao cantor Jamelão que gravou Leviana, um samba de quadra de sua autoria que fazia muito sucesso nos ensaios da Portela.
Logo em seguida compôs o samba “A Voz do Morro”, gravado por Jorge Goulart e que foi a principal música da trilha sonora do filme Rio 40º graus.
No restaurante Zicartola foi diretor artístico, levando pra lá nomes, até então, esquecidos como Ismael Silva.
Para o Zicartola também levou a “turma da bossa nova”, liderada por Carlinhos Lira e Nara Leão. Com Nara e João do Vale fizeram o Show “Opinião”, no Teatro de Arena em Copacabana, que acabou rebatizado com o título de seu samba Opinião, o mesmo acontecendo com a peça.
Lançou o primeiro conjunto de samba autentico, tendo como integrante Paulinho da Viola, batizado com esse nome por ele e pelo jornalista Sergio Cabral, quando Paulinho gravou pela primeira vez.
Por essas e por outras informações que vocês terão no decorrer da leitura do livro, não se entende o porquê de até hoje a Prefeitura do Rio de Janeiro, não lhe deu reconhecimento batizando com seu nome, algum equipamento público, pela importância da sua trajetória musical, sendo ele um dos maiores compositores do Brasil? Essa é uma luta que já tem quase vinte anos após o seu falecimento, sua filha Geisa Ketti, continua lutando por esse reconhecimento por parte do poder público da cidade onde ele nasceu e morreu.
Nesta história das andanças de Zé Ketti por aí entremeadas de reportagens produzidas em vários jornais, entrevistas dele em vários órgãos de comunicação, de colunistas falando sobre ele e de depoimento de pessoas que conviveram com o artista, esperamos que seu nome seja reconhecido como merece, por tudo que ele produziu em nome do samba. Por isso vamos embarcar nesta história, de “Zé Ketti e suas andanças por aí.”
Onésio Meirelles.