29/04/2024
BateriaEntrevistasMemória

Nilo Sergio em 2006

Nilo Sergio

2006 (Foto: O Globo)

Mestre Nilo está preparado para o desfile e diz que pato novo não mergulha fundo. A bateria da Portela vem com bossa, mas sem firula.

 

Portelaweb – Nilo, você já viu a fantasia de 2006? Experimentou?

Mestre Nilo – Já. Eu falei com o Presidente Nilo que o busto estava muito largo. O Ilvamar já fez trabalhos para a Portela. Eu havia comentado com o Amarildo que o Ilvamar gosta de fazer coisa grandiosa. Percebi que a fantasia ia machucar o ritmista e pedi para colocar um acolchoado na marcação (surdo).

 

Portel@web – Quer dizer que o busto era muito largo para o ritmista e atrapalhava o braço para tocar?

Mestre Nilo – Isso. Mas só a marcação. O resto estava legal. Conversei lá e eles resolveram botar o acolchoado em todas as fantasisas da bateria.

 

Portel@web – E a fantasia representa o quê?

Mestre Nilo – Representa o índio, o europeu e o africano. A bateria vai usar um macacão da cor da pele. Atrás tem uma capa africana, a cabeça é um tipo de cocar, e a calça e os sapatos vão imitar o traje português. Acho que é isso. Achei mais bonita que a do ano passado e deve estar pesando uns 20 quilos.

 

Portel@web – E da frente da bateria, você vai conseguir ver os diretores? O tamanho da fantasia não vai atrapalhar?

Mestre Nilo – É… eu estava pensando nisso também. A gente está ensaiando na quadra para que a bateria já saiba o que tem de ser feito na avenida. Não precisa eu ficar lembrando. Só vou falar “vem”,”entra no box”, “olha o sinal da bossa”. A bateria tem que se dirigir, tem que saber a hora da caída (do samba) e os sinais.

 

Portel@web – E madrinha e rainha?

Mestre Nilo – A madrinha da bateria é a Adriana Bombom.

 

Portel@web – E o relacionamento de vocês?

Mestre Nilo – Está ótimo. Ela anda muito ocupada com o trabalho, mas sempre vem à quadra, fala com todos da bateria. Ela vem da Vila. Já tem experiência.

 

Portel@web – Como vai ser sua armação na avenida?

Mestre Nilo – Nós viremos com as marcações nas laterais e intercaladas entre surdo de primeira e segunda. Na frente virá um prato e o Genésio – uma figura histórica da Portela – no chocalho-peão. Depois vamos ter 24 cuícas, uma ala de 15 agogôs, 30 chocalhos, 36 tamborins…

 

Portel@web – O surdo de terceira vem onde, perto do corredor e no meio da bateria?

Mestre Nilo – A minha terceira é espalhada. Centrar a terceira num ponto só, pra mim fica meio estranho. Tem que ficar espalhado porque senão os surdos de primeira e segunda não sentem o balanço da bateria. É a terceira quem dá esse balanço. Mas tem terceira que fica no corredor. É a terceira da paradinha com o microfone. Eu a boto ali porque na hora da paradinha tenho que avisar para não correr, manter a cadência.

 

Portel@web – E são quantas terceiras no corredor?

Mestre Nilo – São quatro. Uma na frente; uma no meio que é a terceira do microfone; uma perto das caixas e repiques e uma perto do Gilsinho (puxador), pra ele ter chão (ter uma base de marcação). Ainda mais na hora de entrar no segundo recuo. A Portela sempre perde o som (perde o áudio do carro de som) na entrada do segundo recuo. Graça a Deus nunca deu problema, mas ali, com a Portela, o som sempre falha.

 

Portel@web – O som dá uma apagada?

Mestre Nilo – É. Faz tum… e some tudo.

 

Portel@web – Mas como acontece isso?

Mestre Nilo – Não sei. A bateria tá lá na frente, passou o recuo e se prepara para voltar e entrar nele. Aí perde o som. No ano passado nós perdemos pontos assim. O carro de som desencontrou com a bateria. Canetaram a gente por causa disso.

 

Portel@web – Essa apagada dura quanto tempo?

Mestre Nilo – Esse ano, se Deus quiser, não vai acontecer nada. Mas a apagada é coisa rápida.

 

Portel@web – Acontece quando o carro de som pára na boca do segundo recuo?

Mestre Nilo – É. Quando a bateria se afasta do carro. É aí que acontece a falha, a apagada.

 

Portel@web – E quando vocês começam a entrar no segundo recuo o som volta?

Mestre Nilo  – É.

 

Portel@web – Mas é um momento delicado, não é?

Mestre Nilo – É. É perigoso. Isso já está virando cotidiano na Portela. Todo ano acontece. Com o Mug aconteceu, com o Catanha, com o Armando (Marçalzinho). Isso não é de agora, não.

 

Portel@web – E isso acontece só com a Portela?

Mestre Nilo – Não. Acontece com outras escolas também. Com a Beija-Flor aconteceu também, mas foi na pista. O Paulinho (de Pilares, mestre de bateria da Beija-Flor) já reclamou disso. É por isso que é bom os mestres terem a credencial para os dois dias de desfile porque a gente fica sabendo como está o som.

 

Portel@web – E tem mais de um carro de som?

Mestre Nilo – Tem dois ou três. Enquanto um está indo com uma escola, o outro se prepara para entrar. Mas acho que vai melhorar porque teve um problema no ensaio técnico (na Sapucaí) com um carro e o Capitão Guimarães (presidente da Liesa) mandou ajeitar. No ensaio do dia 8 de janeiro perguntei se tinha havido algum problema e parece que já está tudo ajeitado.

 

Portel@web – Você está trazendo algum instrumento especial, diferente?

Mestre Nilo – Não. A Portela vem normal mesmo. O enredo não pede nada desse tipo. O Louro (mestre de Bateria da Caprichosos de Pilares) virá com uns reco-recos de índio. Mas na Portela esse tipo de coisa não soma nada. Pedi ao Zero (ritmista) para vir com um xequerê (chocalho envolvido com rede de contas). Mas ele não confirmou. Teve um ano que a Liesa exigiu a presença de pandeiros. Mas esse ano não tem nada disso, não.

 

Portel@web – E a sua diretoria, mudou?

Mestre Nilo – Continua a mesma rapaziada. Bombeiro no surdo, Vinícius no tamborim… ah, mudou sim. Chamei mais um. Não falei pra você que ia chamar mais um?

 

Portel@web – Falou. E quem é?

Mestre Nilo – É um outro Vinícius, o Rato, para ajudar nos repiques. Ficaram dois nos repiques. Nas caixas também tenho dois, o Lói e o Júnior. Na administração continua o Orlando.

 

Portel@web – Fora dessa diretoria, existem outros auxiliares? Pessoal para levar instrumentos, trocar baquetas?

Mestre Nilo – Pedi ao presidente e ele ficou de dar uma resposta. Vou precisar de auxiliares para trazer água, trocar baquetas… na hora de a bateria sair do segundo recuo, eles vão lá para trás para juntar a bateria.

 

Portel@web E você precisa de quantos?

Mestre Nilo – Preciso de sete. Mas se o presidente não me der, vou ter quatro.

 

Portel@web – E você já decidiu onde vão os guias (instrumentos com microfones)?

Mestre Nilo – Nos surdos de primeira, segunda e terceira, que é o certo. O repique virá com o microfone girafão (microfone com vara) e outro nas caixas.

 

Portel@web – Esse repique que vem com o microfone é o da paradinha?

Mestre Nilo – Não. A gente não vai precisar do repique para subir com a paradinha. Quando a paradinha volta com o repique, quase nunca volta certo. Aí o jurado pode achar que a bateria parou, deu um branco. Ou seja, a bateria parou e depois voltou. Para evitar isso nós vamos usar as caixas para dar um chão para escola (dar continuidade para o canto e a harmonia).

 

Portel@web – Então a Portela não vai ter paradinha, vai ter uma bossa?

Mestre Nilo – Isso mesmo. Por exemplo, o Ciça faz paradinha. Fui ver o ensaio da Viradouro e o Ciça pára a bateria mesmo, faz alguma coisa e depois sobe com a bateria nas caixas. Isso é parar. Ele pára mesmo e depois volta. A Portela não. A Portela não pára. A gente dá continuidade com as caixas e segue com o samba.

 

Portel@web – Mas você sabe que a Portela não tem tradição de paradinha nem bossa?

Mestre Nilo – É. Não tem, não. Não é que a Liga (Liesa) obrigue. Mas se a gente faz paradinha, está ousando. Então a possibilidade de tomar uma nota 10 é maior. Se você passa reto, pode até passar certinho, mas a possibilidade de tomar nota 10 diminui. Isso significa que a escola tem que ter ousadia. E eu até acho justo, porque a paradinha mexe com o povo que pagou para ver. O Jorjão (Imperatriz Leopoldinense) vem com oito paradinhas. E hoje, todas as escolas estão fazendo paradinha. A Mocidade que, ano passado, passou reta, virá com três.

 

Portel@web – Na Portela é só um tipo de bossa?

Mestre Nilo – É.

 

Portel@web – E é na cabeça do samba?

Mestre Nilo – Antes de chegar na cabeça do samba.

 

Portel@web – Onde?

Mestre Nilo – Na caída de segunda (do samba). Na segunda mesmo não tem bossa, justamente para dar sustenção para ela. Eu não vou fazer taracatá, pum, taracatá, pum. As caixas virão retas. Só as marcações que vão virar.

 

Portel@web – E quantas vezes essa bossa vai ser feita na avenida?

Mestre Nilo – Isso é relativo. Eu não vou fazer na frente dos jurados, porque se tiver algum erro a bateria vai estar na cara dele. No primeiro recuo devo fazer umas duas vezes. Depois, na pista vai depender do samba, de como está. Se a escola estiver bem, dá até para fazer mais. Não posso arriscar muito porque é meu primeiro ano. Pato novo não mergulha fundo (risos).

 

Portel@web – E a bossa é em cima das caixas?

Mestre Nilo – As caixas vão dar o chão para a escola. Mas a bossa mexe com os tamborins, com as caixas, com a marcação. Não adianta a gente fazer um monte de palhaçada e perder o chão da escola.

 

Portel@web – Coreografia não vai ter?

Mestre Nilo – Não vai ter. Só os chocalhos que vão dar umas chacoalhadas melhor. Vão se soltar mais um pouco. Não vou pôr peça leve pra ficar dançando porque sou novo de idade, mas velho de cabeça pra caramba (risos). Fui criado com gente mais velha, nunca fiquei com garotada. Sou queixo duro. O Armando (Marçalzinho) é quem costuma dizer – Pô, tu é velho pra caramba, Nilo (risos). Se pudesse, eu vinha mesmo é no telecoteco (risos), sem arriscar muito.

 

Portel@web – Tem muita gente que pensa assim, que não gosta de muita firula.

Mestre Nilo – E a Portela nunca gostou desse tipo de coisa. Eu toco fogo na bateria dizendo que outras escolas vão passar bem e a gente não pode ficar atrás.  É assim que eu empolgo o pessoal. Na avenida, na época do Mug, do Carlinhos Catanha e do Armando (Marçalzinho), eu entrava no meio da bateria e ficava agitando, para levantar o moral da galera. O portelense tem que ser humilde até um certo ponto. Mas quando chega na avenida tem que arrebentar. Se eu chegar na avenida com muita humildade, as outras escolas vão passar por cima de mim, não é? Respeitar, sim. Chegar com humildade, sim. Mas na hora do desfile, não tem que deixar pra ninguém. É Portela. Se chegar na hora e eu ficar dando mole, nunca vou ser um mestre de bateria respeitado. Na avenida a gente tem que partir pra dentro deles, tem que defender nossas cores. Nessa hora eu só vejo Portela na minha frente.

 

Portel@web – E o esquenta?

Mestre Nilo – Vamos cantar o hino. Mas o esquenta ainda está sendo decidido. Para a bateria o melhor esquenta é o Azul e Branco (“Portela na Avenida”). Quem é portelense sabe o que isso significa. Salve o samba, salve a santa, salve ela. Salve o manto azul e branco da Portela (Nilo canta o samba). Só de pensar nisso eu fico todo arrepiado (risos). Cantou isso, a bateria entra no maior gás. O pessoal chorando. Passa uma força muita grande… como posso explicar…?

 

Portel@web – Esquenta mesmo, né?

Mestre Nilo – É (risos). Esse esquenta mesmo. Até na quadra acontece isso. Nos ensaios eu começo com o hino, depois passo para outros diretores comandarem. Mas quando alguém vem cantar esse samba, os diretores já sabem que eu vou voltar para dirigir a bateria, porque esse samba mexe muito comigo, representa muito para mim. Mas a gente pode esquentar também com “Foi um rio que passou em minha vida”, do Paulinho da Viola. Gosto muito desse samba, mas prefiro o Azul e Branco.

 

Portel@web – Mas quem decide isso não é a bateria?

Mestre Nilo – Não. Mas graças a Deus agora nós estamos sendo ouvidos. O presidente senta com o pessoal e pergunta pro Gilsinho, pra mim, pra várias pessoas. Cada um dá sua opinião. Mas a decisão final é dele.

 

Portel@web – Achei o número de 40 surdos para a Portela muito pouco. É isso mesmo?

Mestre Nilo – São 11 primeiras, 13 segundas e 16 terceiras (40 surdos). O número de marcações da Portela diminuiu porque nós não vamos sair com 300 ritmistas. A gente ia vir com 275. Agora são 290 porque entraram 15 agogôs. A bateria vai vir pesada (com grande número de surdos), mas a gente precisa botar mais caixas. Todo ano a Portela tem problema de caixa. Falta caixa. Vamos ter 110 caixas e 36 repiques.

 

Portel@web – Li uma entrevista em que você afirmava que, em 2006, a Portela viria mais cadenciada. O que você vai fazer para que a bateria venha cadenciada?

Mestre Nilo – A bateria da Portela tem as suas características. Mas hoje em dia, as baterias em geral são baseadas em duas escolas: Beija-Flor e Grande Rio.

 

Portel@web – Seriam dois modelos?

Mestre Nilo – É.

 

Portel@web – E o que seriam os modelos Beija e Grande Rio? Uma cadenciada e a outra na frente (rápida)?

Mestre Nilo – É o ritmo.

 

Portel@web – O ritmo ou o andamento?

Mestre Nilo – Os dois. A Portela não pode entrar na avenida igual a um trem (faz uma onomatopéia imitando um trem). A Portela nunca foi correria. Tem que ter precisão, mas correria não. A Portela tem que vir mais cadenciada (faz onomatopéia de bateria mais cadenciada).

 

Portel@web – E isso significa ser mais Beija-Flor, não é?

Mestre Nilo – É. Mais Beija-Flor. Lembro que são duas baterias que vão passar antes da Portela. Duas baterias diferentes: Unidos da Tijuca e Império.

 

Portel@web – Unidos da Tijuca é mais Grande Rio.

Mestre Nilo – É. Depois da bateria do Império vem a nossa.

 

Portel@web – O Império é tão cadenciado quanto a Portela.

Mestre Nilo – É. E a Portela vai ser comparada com as duas.

 

Portel@web – Mas, na prática, o que você está fazendo para cadenciar a Portela? Está reduzindo o andamento da batida do surdo?

Mestre Nilo – Não. O que a Portela vai fazer é não surrar o surdo. Não adianta espancar o surdo que assim não sai som nenhum. O surdo é seu amigo. Tem que tocar ele com jeito, tirando o som que tem de ser tirado. O surdo é uma fêmea e o ritmista o macho. É uma dança. O macho conduz a fêmea. Com uma afinação boa e tocando direitinho, dá para tirar um som legal. Você pode ver pela Beija-Flor. Não tem ninguém surrando o surdo. Se isso acontecer, o Paulinho vai lá e acerta. A Unidos da Tijuca também. Ela é rápida, mas lá são as caixas que fazem a bateria vir num andamento mais rápido e não a surra no surdo. Na Portela, eu padronizei as terceiras. Todo mundo vira (repica no surdo) na hora certa. Quando o samba pede para virar, a terceira vira. Não adianta você virar demais. Isso acaba atravessando a bateria e pode provocar a perda de um ano de trabalho.

 

Portel@web – O fato de as caixas da Portela rufarem e as da Unidos da Tijuca não, por exemplo, dá mais cadência à bateria?

Mestre Nilo – As caixas da Unidos da Tijuca são tocadas em cima. As da Portela embaixo. O toque da Tijuca vem num andamento mais rápido que o da Portela.

 

Portel@web – E a presença de agôgos, também é um ponto que fortalece a cadência?

Mestre Nilo – É mais para abrilhantar a bateria. Dar mais um “tchan”.

 

Portel@web – Na Apoteose, alguns mestres costumam fazer um espécie de show, com muita paradinha e bossas. E a Portela?

Mestre Nilo – Nós vamos fazer uma festa no Setor 1. Nós fizemos umas bossas que iam entrar no samba e que, para não arriscar muito, vão ser feitas na concentração. Vamos fazer tudo que estamos fazendo na quadra. Na Apoteose não sei, vai depender muito do momento da escola. Se a escola estiver vindo bem e tiver tempo, a gente pode fazer.

 

Portel@web – E os ritmistas da escola…

Mestre Nilo – Eu sou um mestre muito novo ainda. Alguns mestres mais experientes estão parando. O Paulo Renato (ex-Caprichosos de Pilares) está parado. O Mug (ex-Portela) disse que vai parar. O Odilon (Grande Rio) também. Eu espelho meu trabalho no Mug da Portela, no Mug da Vila, no Ciça (Viradouro), no Paulinho (Beija-Flor). Mas se ninguém der uma oportunidade para os que estão chegando agora, quem é que vai fazer esse trabalho no futuro? A bateria da Portela estava antiga. Os da antiga estão todos falecendo. A Portela estava correndo o risco de não ter mais ninguém. Se a Portela não puser gente nova, vamos acabar dependendo da bateria dos outros.

 

Portel@web – Hoje a maioria dos ritmistas é portelense?

Mestre Nilo – É. Mas tem gente de fora. No tamborim, por exemplo, tem muita gente de fora, da Unidos da Tijuca, da Viradouro. Mas marcação é tudo de casa. Eu tenho um ciúme danado dessa marcação.

 

Portel@web – Do ponto de vista da bateria, como estão os outros setores da escola? Está tudo caminhando bem?

Mestre Nilo – Está indo bem. Ano passado, a Portela ficou em 13º lugar. Quando nós chegamos para o ensaio na Sapucaí, ouvi o pessoal dizendo que a Portela, por ter ficado no penúltimo lugar, estava muito animadinha. Ora vejam só! O que passou, passou. O rio corre para o mar. Eu não vou ficar relembrando. Tem que se tirar a lição do ano passado. Mas o que passou, passou. Agora tem que entrar com garra.

 

Portel@web – A Portela está há mais de 20 anos sem vencer um carnaval. Tem tempo que a bateria não recebe um Estandarte de Ouro. É a Portela que está errada ou é o julgamento que está errado?

Mestre Nilo – É engraçado isso. Se eles não pararem de julgar caras e pessoas, o julgamento vai ficar complicado. Eles são o Calígula. E a escola está lá para ser julgada. Eu desfilo para os segmentos da Portela. Como os segmentos da escola estão vindo nos cumprimentar, pra mim tá bom. Para você ver como a coisa está feia, ano passado só três escolas tomaram 10. Cabeça de jurado ninguém sabe. Eu peço proteção a São Jorge. Ele deve estar dizendo – “Putz, que cara chato” (risos), porque toda hora eu estou chamando ele.

 

Entrevista concedida à Marcello Sudoh.

Deixe uma resposta

error: Copyright! Conteúdo protegido!
%d blogueiros gostam disto: